Nesse contexto dinâmico, observa-se um avanço espantoso das novas Tecnologias da Informação e Comunicação, doravante TIC, traduzido, por exemplo, pelo surgimento de meios de comunicação e transporte em escala planetária, que estabelecem “uma interconexão global cujas conseqüências são mudanças nas relações de espaço e tempo” (LÉVY, 1999, p.58), ou seja, nos modos de operar da sociedade.
As novas perspectivas de possibilidades de interação entre homem e computador na última década têm se constituído um desafio para os educadores preocupados em desenvolver seu magistério em sintonia com as necessidades e interesses de uma geração de alunos nascidos na Era da Informação. Por isso, a escola, como espaço que deve possibilitar a flexibilidade, a personalização e a interatividade na aprendizagem, precisa adotar o computador, o software educativo e a Internet, em todos os níveis da aprendizagem, sendo assim necessária a construção de abordagens pedagógicas de cunho construtivista e interacionista que envolvam todos os componentes do currículo (ALMEIDA, 2000).
As orientações curriculares para o ensino de língua estrangeira publicadas pela Secretaria de Educação Básica (2006) seguem essa perspectiva e sugerem que a escola deve estimular e possibilitar o uso de novas linguagens e tecnologias no processo de ensino e aprendizagem possibilitando ao alunado a ser parte integrante do processo de inclusão digital na sociedade moderna.
Muitos pesquisadores já desenvolveram pesquisas relacionadas ao ensino, tendo como suporte os gêneros do discurso tornando bem difundida a orientação discursiva fundamentada na teoria dos gêneros discursivos de Bakhtin (1992). Nossa proposta abraça essa causa e adiciona os gêneros discursivos digitais como suporte ao ensino do Inglês como segunda língua - ISL. Segundo Xavier (2005), a existência de bate-papos por escrito, em tempo real, fóruns eletrônicos de discussão, comunidades virtuais, e-mails, simultaneidade de textos, sons e imagens dividindo um mesmo espaço de interpretação (hipertexto) são usos de configurações textuais que denominamos gêneros digitais.
No campo da Lingüística Aplicada, muitos trabalhos têm demonstrados resultados instigantes, Paiva, (2006), Ferreira (2004), Collins (2004), Gervai (2004), Careli at al. (2004), são exemplos de pesquisadores que se utilizam dos gêneros digitais e-mail, blog, fórun de discussão e chat como instrumentos pedagógicos no ensino de ISL.
Nossa preocupação maior está em evidenciar as possibilidades pedagógicas no gênero digital podcast. Trata-se de um gênero discursivo que está sendo difundido mundialmente como uma ferramenta indispensável no mercado comporativo, e por que não no espaço escolar, como alterntiva pedagógica para o ensino de ISL. Estamos tratando de um instrumento de tramissão assícrona de informação, com fins específicos, que se utiliza de audio em formato MP3 ou video em formato MP4 veiculado pela Internet. Trata-se de um novo fenômeno da Internet, que precisa melhor ser compreendido pois está sendo usado mundialmente em várias esferas da comunicação humana, revoluncionado a forma como as pessoas ouvem ou assistem a diferentes fatos veiculados pela rede mundial de computadores.
As configurações desse gênero precisam ser estudas a luz da teoria dos gêneros disponiveis na literatura, visando sua melhor compreensão e adequação ao ambiente escolar. Para Marcuschi (1999), as práticas discursivas digitais, por sua vez, exigem outras competências, geram eventos de letramento novos e demandam gêneros próprios que precisam ser sistematizados, para sua melhor compreensão e utilização.
É com esse propósito que apresentamos essa pesquisa, pois acreditamos que as funções comunicativas, congnitvas e institucionais desse gênero precisam ser caracterizadas e apresentadas, bem como também, aplicadas ao enisno de ISL, através de seguências didáticas, como propôem Dolz e Schneuwly (2004), para que o Inglês seja abordado na sala de aula de forma atraente, levando em conta a pespectiva socio-interacionista da língua.
Portanto, nossa proposta pretende descrever as configurações do gênero digital podcast, bem como avaliar as suas possibilidades pedagógicas no ensino de ISL, propondo um modelo de sequêcia didática adequado ao ensino desse gênero, enfatizando as novas práticas de letramento. Hipoteticamente falando, afirmamos que esse novo gênero surge da ‘trasmutação’ do gênero discursivo blog, também digital, que por sua vez assimilou caracteristicas de outros já existentes. (Bakhtin, 1992) .
